quinta-feira, 22 de junho de 2017

O mar e o amor


É sempre sobre um mergulho no desconhecido
É sempre sobre algo novo
É sempre sobre manter-se em equilíbrio,
por mais que uma onda forte te arrebate
Só que o mar, é o mar
E o amor, bem, eu não sei o que é...

É sempre uma primeira sensação incômoda
É sempre um descompasso
É sempre sobre sua decisão de se atirar de cabeça, ou não,
Só que não decidi ainda.

Preciso alinhar em mim o vermelho, o amarelo e o verde
Minha cabeça está bloqueada
Meu coração está em alerta,
Embora todo o meu corpo já queira...

Mas o que vai ser isso?
Eu sinto, enquanto ainda nem tem forma,
Eu pressinto, enquanto nada se definiu
Então, eu abro espaços dentro de mim
para dar lugar ao novo,
Como se fosse mergulhar no mar:
Ele só está lá, um dia calmo; no outro, nem tanto
Um dia frio; no outro, nem tanto
Ele só está lá...

Então poderei decidir
Se quero mergulhar
Se quero brincar nessas águas geladas
Se quero sentir esse prazer.

Então poderei decidir
Como vai ser o mergulho,
O vigor das minhas braçadas,
Ou apenas a suavidade do momento.

Só não posso esquecer que o mar é imenso e implacável
(Só não posso esquecer que mais implacável ainda é o amor)
E também tem as suas vontades
E, apesar de eu escolher o momento do mergulho,
pode ser que ele não queira mais
ser mergulhado, ser arrebatado...

De nada servirá
alinhar em mim os três tempos
de um mesmo desejo...